Escrever é não saber para onde ir, mas isso não significa que quem escreve não vá chegar a lugar algum. Escrever é dar voltas ao redor do mesmo assunto, sem nunca atingi-lo. Pelo menos assim tem sido comigo quando falo de amor, quando falo sobre o amor que sinto por você. Evoco as estrelas, e falo sobre o modo como elas me fazem lembrar o brilho dos seus olhos. Acredito que o Universo tenha sido criado com o único propósito de abrigar você. Tudo vai em sua direção, e tudo sempre retorna a você. O calor do Sol não me aquece mais que sua presença, e nada me faz mais feliz. Quando olho pra você, não tem explicação, não há palavras que possam expressar o que eu sinto. Tenho falado que existe um lugar ao qual eu sempre retorno para encontrar você. Esse lugar é tão real quanto eu desejo que seja, e tudo que ali acontece não pode ser apenas um sonho, apenas uma ilusão. Quando beijo seus lábios e envolvo seu corpo pequeno em meus braços, e quando sussurro em seu ouvido palavras de amor, tudo isso é real o bastante, tão real quanto eu desejo que seja, ou mais real do que eu gostaria que fosse. Quero sempre retornar a esse lugar, quero sempre retornar aos seus braços, sentir seu perfume e dizer sempre e sempre o quanto eu amo você. Quero, mas não vou. Não vou porque existe alguém que eu amo ainda mais, alguém que está comigo o tempo todo, alguém que precisa muito mais de mim. E por maior que seja o amor que sinto por você, sempre haverá esse outro alguém que é mais importante em minha vida. Por isso, antes que o verdadeiro e mais importante amor da minha vida me abandone, eu tenho que abandonar você.
P.S. Fica a amizade, esse outro sentimento que não se compara e nada tem a ver com o amor.
São Paulo, 06 de novembro de 2008, 22h57.